31 janeiro 2006

Discurso de candidatura à Distrital do Porto do PSD...

Agostinho Branquinho, candidato às próximas eleições do PSD Distrital do Porto, focaliza o discurso numa ideia essencial:

Fomentar uma plataforma multi-partidária e cívica para introduzir o tema da regionalização.

Começa bem, sim senhor! Conte por favor com os Gladiadores para contribuições cívicas de alguns cidadãos multi-partidários e outros cidadãos "agnósticos".

Os equívocos de Lisboa...

A nossa credibilidade externa depende de três factores-chave: estabilidade na política; desempenho da economia; estar no centro político das decisões na União Europeia.

O triunfo da Europa na globalização terá na sua base aquilo que já a destaca de outras regiões do mundo.

Sérgio Figueiredo in Jornal de Negócios - 26/01/2006

30 janeiro 2006

Como deviam funcionar as distritais

Antes de mais cumpre saudar a entrada do PSD no partido que parece querer voltar-se mais para os cidadãos e para os seus militantes de base fazendo apelo às directas nas eleições para os cargos dirigentes. O PS muito inteligentemente já se tinha antecipado e com isso obteve a estrondosa vitória com maioria absoluta no ano passado.

Depois era bom que se fizesse apelo às distritais (e aí o problema é tanto no PSD como no PS) para que discutíssem temas sérios de interesse para a região e não se enfiassem em exercícios mais ou menos obscuros de arregimentamento de tropas para obtenção de lugares.

Poderá considerar-se verdadeiramente credível uma estrutura partidária à qual se candidatam figuras secundárias porque não são suficientemente prestigiantes?

28 janeiro 2006

Eleições na Distrital do PSD Porto!!!

Ontem ficou desfeito o tabu: Marco António abandona, segue-se Agostinho Branquinho!

Espero, e desejo, verificar que esta máquina partidária fará a sua profissão de fé antes do acto eleitoral, preparando bem o seu acto de contrição!

Algumas sugestões para o programa de acção (e não apenas eleitoral ou eleitoralista) de Agostinho Branquinho:

1. Criação do Fórum "Regionalização - Porque não?";
2. Criação do Fórum "Reforma do Sistema Político";
3. Criação do Fórum "Educação a 20 anos";

O Porto é por tradição histórica o viveiro de grandes e consideráveis quadros políticos do País, quer de esquerda, quer de direita. É, por identificação cultural, o espaço mais invicto dos verdadeiros valores lusitanos.

Seria óptimo ver um líder regional afirmar isso mesmo, dia a dia, naquela que é a mais nobre das virtudes do ser humano: estar atento aos seus semelhantes (foi assim que nasceu a noção de serviço à comunidade)!

Seria excelente verificar que sonhar não é assim tão difícil e impossível!

10 medidas que valem por mil!

Não é todos os dias que tenho esta rara oportunidade de parabenizar o Governo... Pois é, neste dia frio de Janeiro, algo de estimulante para "aquecer" a nossa alma cívica: as 10 medidas ontem anunciadas e hoje amplamente divulgadas e explicadas em toda a CS!

Valem por mil... 1.000 dias de governação de qualquer outro Governo dos últimos 10 anos!

Aceito, em consciência, a minha satisfação por encontrar vestígios reformistas e vanguardistas neste Governo Socialista. Aceito, também em consciência, a minha tristeza por não os ter verificado mais cedo, sobretudo na legislatura anterior.

É precisamente esta constatação que me faz escrever este post. Fiquei, e ainda estou, seriamente atónito com a reacção de Marques Mendes no Parlamento, durante o debate de ontem. Julgo que argumentar "contra" as medidas anunciadas, utilizando o caso das Scut's e do aumento dos combustíveis, é, no mínimo, inaceitável para quem, hoje, lidera a oposição!

De um político, e de uma forma geral de todos os políticos, ensina a ciência política e a prática civilizacional que se espera muito mais! Espera-se, e deseja-se, encontrar Homens sérios e construtivamente desenvolvidos, quer económica, quer socialmente!

A melhor fórmula de desenvolver a Nação é, sem qualquer espécie de dúvidas, uma solução heterogénea de projectos apartidários e revestidos de perspectivas de longo prazo, transversais a qualquer ciclo político ou aventura partidária!

Não foi esse o exemplo que ficou da intervenção de Marques Mendes. Lamentável!

27 janeiro 2006

O silêncio no PS...

Muitas vezes o PS funciona como um cardume de piranhas. Descobre uma vítima e atira-se a ela como se fosse o alimento essencial para a sua sobrevivência. A madame Castafiore do PS, Ana Gomes, já identificou cientificamente o culpado de todas as desgraças do partido: Alegre, claro.

Ana Gomes, seguidora, por caminhos ínvios, dos ensinamentos do grande Todor Jivkov, que nos tempos da globalização socialista achava que a Bulgária era uma seara alinhada porque qualquer espiga que despontasse era rapidamente decepada, não tem dúvidas.

Sócrates, num gesto benemérito (especialmente para consigo próprio), já fez soar que não quer assassínios políticos em público. Já chega o que fez a Alegre, por distracção, na noite das eleições. Sócrates quer apaziguar as críticas, porque quer que Alegre se cale, assim como os que viram na candidatura de Soares um desastre anunciado. Sócrates gosta de ouvir. Os que pensam como ele. Prefere os que dizem «sim» aos que dizem «não» ou «talvez». Mas também não quer que isso venha para a praça pública. Como princípio de poder é eloquente. Como lógica democrática é um paraíso para os fantasmas.

O PS de Sócrates não reflecte: olha-se ao espelho. Sócrates é o Dorian Gray do PS. É pena Oscar Wilde não estar por cá para o descrever.

Fernando Sobral in Jornal de Negócios - 26/01/2006

Novos temas para discussão...

Novos temas para discussão:

Além da regionalização, julgo que valeria a pena começarmos a debruçar-nos sobre temas como a organização do sistema político, as incompatibilidades de exercício de determinados cargos, que cargos devem ser de nomeação política, quanto tempo devem poder ser exercidos pela mesma pessoa, deve ou não haver limitações de mandatos e em que casos, etc.

Uma outra área que merece reflexão atenta e de grande actualidade prende-se com o financiamento da Segurança Social e com o financiamento da Saúde. Quem deve pagar e quanto.

A minha opinião é que muito mais do que nos dispersarmos muito sobre uma enorme panóplia de temas a que dificilmente seremos capazes de atender com o cuidado devido, deveríamos centrar-nos nestes (que já não são poucos) e darmos o nosso contributo.

E não esquecer de começar a reivindicar (se ainda não está decidido) que a Presidência Portuguesa das Comunidades seja no Porto.

E eu até sou benfiquista!...

26 janeiro 2006

A minha resumida versão da noite de 22 de Janeiro de 2006

Com tantos e tão respeitados comentadores no nosso tempo, torna-se difícil escrever algo sobre as eleições do último dia 22 de Janeiro sem cair no erro de repetir o que já foi escrito. Mesmo assim, porque acho que cada um deve ter a sua opinião e não deve temer afirmá-la, deixo aqui alguns pensamentos, em forma de adjectivos comentados, sobre os acontecimentos que marcaram a noite que ditou parte dos próximos 10... perdão, 5 anos do nosso tão querido e (pouco) estimado Portugal.

Histórico o facto de Cavaco ter conseguido, pela primeira vez no nosso país, a totalidade dos votos numa freguesia, exceptuando brancos e nulos. Curioso o facto de recordarem ainda muitos eleitores, que lhe deram o voto, que nunca atacou os adversários, nem mesmo quando foi quase insultado. O povo gosta cada vez mais de polítcos educados e correctos. A vitória antecipadamente prevista terá convertido votos seus em abstenção.

Notável o percurso de Manuel Alegre, tão "gozado" na sua própria forma poética e tão "quase" vitorioso naquela noite. O seu milhão de votos, como agora se vê tantas vezes escrito, conseguido em três meses de trabalho e campanha, foi decisivo para anular o candidato apoiado pelo seu próprio partido. Abada, diria eu, se fosse qualquer um dos dois. A lembrar-me aqueles "Quinje a jero" que aqui escrevi...

Memorável a queda de um "deus" da política, assim se devia chamar a ele mesmo. Talvez a sua esposa acreditasse também nessa "certeza inabalável" que os portugueses, por quem gostou tanto de falar na campanha, desde início, sabiam não ter caminho para percorrer. Não quero minorar todo o seu percurso realizado na minha tenra idade, do qual tenho a noção de dever cumprido. No entanto, nada como saber o fim da estrada que percorremos. Às vezes termina com um abismo... e não era necessário uma figura tão marcante da história recente portuguesa dar um decidido e firme passo para a tamanha queda que se viu.

Regular a prestação de Jerónimo. Manteve-se (bastante) acima do Bloco, contrariando alguns números que lhe anteviram uma queda. Mantém o eleitorado comunista fiel (terá renovação?) e continua a sua defesa pelos tão conhecidos "direitos dos trabalhadores".

Repetitivo esse economista, que já quase não consigo respeitar e mal resisto ao repúdio de o ouvir, clamar vitória. Aliás, a surpresa residirá quando Louçã admitir uma derrota e não quando a obtiver! Tenho a plena convicção que saiu derrotado e apenas o atingir dos mínimos de acesso à subvenção do Estado lhe permitirão poder ocupar-se a continuar a sua política do contra em vez de se dedicar a reunir fundos que pagassem o buraco no Bloco, até agora sólido, salvo uma ou outra brecha.

Miserável a percentagem conseguida por Garcia Pereira. Fui dos que mais defendi a sua batalha pela democracia quando disse ser ignorado pelos media. Tinha o seu direito, por poucos ou muitos votos que tivesse tido nas eleições em que tinha participado anteriormente, de esclarecer o seu projecto e dar a conhecer as suas ideias. O número de assinaturas até podia vir a ser alterado, até acho que seria uma boa medida. Mas ele reuniu as necessárias, segunda a actual lei, para ser candidato.

Preocupante o nível de abstenção que se vai obtendo. A falta de interesse dos jovens e adultos em geral por quem os governa. O meu sentimento face a isto tem vindo a mudar, mas deixarei esse assunto para uma próxima oportunidade.

Repudiante, vergonhoso e ridículo o timming de Sócrates. Não brinquem com os portugueses... Talvez muitos não saibam como se processam as coisas. Mas muitos saberão como funcionam as coisas nas campanhas, nas sedes e nos partidos! Foi sem querer... Claro! Muito mau, ainda, é pararem a crítica em Sócrates e não a estenderem à falta de profissionalismo dos jornalistas que não sabem onde está a informação mais importante, aquela que devem passar. Não escreverei tudo o que acho porque não quero deixar de ser politicamente correcto, mas adianto que alguém tinha que não ceder!

É a vitória da democracia! - Parte II

Mais alguns comentários sobre domingo passado:

Helena Roseta - Um hino à liberdade, à coragem e ao sentido de Estado!

Manuel Alegre - O eterno e ilustre "estudante" de Coimbra! Sério, combativo, arrojado, corajoso! Homem livre, sábio e exemplar cidadão! Tudo isto o transformou em apenas 3 meses num excelente candidato presidencial! Falhou apenas um pequeno grande pormenor: Cavaco!

José Sócrates - Exemplo ilustrativo e claro de falta de maturidade política! Falta-lhe repetidamente a tranquilidade pessoal e emocional necessárias para o exercício pleno da função e cargo que desempenha e ocupa. Não é apenas secretário-geral do PS! Não foi nessa condição que se sobrepôs televisivamente a Manuel Alegre... Não chega afirmar (vezes demais) que não sabia...

Jerónimo Sousa - Até sempre, Camarada!

Francisco Louçã - As falsas humildades ficam sempre muito mal!

Garcia Pereira - Os 0,4% são injustos considerando as suas competências, capacidades e atributos face à concorrência na esquerda!

Mário Soares - A história de Portugal ficou mais pobre. Tiraram o brilho a uma das figuras dessa história!

Cavaco Silva - Apenas e só: o Professor! Que lição, meus senhores!

25 janeiro 2006

Estou muito desejoso...

Estou muito desejoso que, passada esta fase de sucessivos actos eleitorais, se possa entrar numa fase de acalmia em termos de guerrilha partidária e que sobretudo os dois grandes partidos nacionais com estratégia de poder possam trabalhar com sentido de Estado, garantia da estabilidade e contributo para o desenvolvimento do país.

Agora penso que era altura de começarmos a tentar introduzir na agenda dos políticos temas interessantes como a regionalização (a sério e não a brincar). A esse própósito julgo que deveríamos pedir já que começassem a praticar fazendo do Porto a sede da próxima Presidência Portuguesa da União Europeia que se aproxima.

24 janeiro 2006

Um contra todos

Aqui ficam algumas notas soltas sobre as presidenciais. Mal possa farei um comentário mais global.
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Cavaco. Na vitória, como na campanha, como nos últimos dez anos: preparação, organização, rigor, discurso certo, acção correcta. Confronte-se a noite eleitoral de cada candidato e é impossível que isto não salte à vista. E se dúvidas houver, leia-se o discurso de vitória (aqui): disse tudo o que devia dizer, nada mais do que devia dizer, no tom em que devia dizer. Temos presidente.

Alegre: "As minhas ideias mereceram o apoio de um milhão de votos".
"As sementes lançadas por Manuel Alegre na sociedade portuguesa não vão perder-se." Luís Moita, porta-voz da primeira comunicação da candidatura de Alegre na noite eleitoral (20h40). Pois se não são para se perder, descubram rápido o campo onde semeá-las. É que, sinceramente, não estou a ver. Novo partido? Erro! Nova candidatura à liderança do PS? É para perder. Chatear os socratistas? É pouco! Sinceramente, não vejo mesmo para onde podem ir essas sementes...

Soares julgava-se um deus da política portuguesa, no que era ajudado pelos militantes do PS, pelos jornalistas e por mais alguns opinion-makers do país, que o adulavam permanentemente. De tal forma que ele se julgou amado pelos portugueses a um nível que nenhum outro político poderia ambicionar. Estava completamente desfasado da realidade, vivendo no mundo da politiquice lisboeta de Esquerda, onde fora (e julgava ainda ser) rei e senhor, mas onde está reduzido a baronete. Sempre que puder vai fustigar Cavaco, com atitudes rezingonas próprias da idade.
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Jerónimo de Sousa disse que a Direita “logrou apoderar-se” da Presidência. Apoderar-se?! Mas houve alguma revolução? Algum golpe de Estado?

Louçã: "Quem pensa que nos derrotou está enganado".
OK...
1º: ninguém vos liga assim tanto, escusam de achar que o mundo gira à vossa volta e que toda a gente quer acabar com o Bloco; dá jeito para aquelas palavras de ordem de luta, resistência, etc., mas é crescentemente ridículo.
2º: não está enganado não, foram mesmo derrotados.
3º: sem ir buscar as causas fracturantes (que realmente não cabiam nesta campanha), é o vazio. Ou o folcore.

Garcia. Quem?

23 janeiro 2006

É a vitória da democracia! - Parte I

Devem todos recordar em que circunstâncias foi proferida esta frase e o seu autor...

Só por isso, torna-se particularmente delicioso recordar a mesma!

Numa só volta Cavaco Silva vence 3 demagogos de esquerda e o poeta mais alegre que conheci!

É obra!

Parabéns Senhor Presidente e votos de sucessos no alto cargo que ocupará a partir de 9 de Março!

Quanto ao resto (cometários, intervenções da noite, acidentes dos directos, canibalização dos tempos de antena, derrotados, etc), escreverei (e julgo que outros gladiadores) em breve.

E assim começa o 1º dia do 4º ciclo político português!

18 janeiro 2006

Menino Guerrilheiro


Não, não é gralha. É guerrilheiro, mesmo, que queria escrever.

Santana está a tentar adoptar a estratégia de travessia do deserto de Cavaco: intervenções pontuais, de guerrilha. Aparecer de surpresa, ataque fulminante, desaparecer rapidamente na bruma. Foi o que se viu na intervenção recente na campanha presidencial.

Só há duas dificuldades.

Primeiro, será Santana capaz de se manter afastado por largos períodos de tempo? Dito de outra forma, será capaz de manter guerrilha pontual ou entrará em guerras contínuas, com Cavaco, com Carmona, com Marques Mendes, com Sócrates, com outros, com todos?

Segundo, quando Cavaco intervinha, não era apenas um pequeno ataque de guerrilha. Era toda uma bomba que se abatia sobre a política portuguesa (o monstro, a má moeda, etc.). Aliava uma extraordinária capacidade de atrair a atenção mediática a uma enorme solidez de argumentos pertinentes e produzidos no momento exacto. Conseguirá Santana igualar? Será guerrilheiro de peso ou limitar-se-á a umas granadas de fumo? A resposta não está na parte de atrair a atenção mediática - isso sempre lhe foi fácil. A resposta está na pertinência e oportunidade dos argumentos. E para já começou mal.


17 janeiro 2006

Portugal Telecom - Versão TV: Parte I

"(...)Limitar a simbologia nacional deste anúncio ao hino é um erro crasso. Além da Portuguesa, o reclame transporta inúmeros outros símbolos e ícones visuais totalmente identificados com o país num sentido patriótico: a baixa pombalina o Largo D. João da Câmara entre o Rossio e os Restauradores, reconhecendo-se o Teatro Nacional D. Maria II, a Ponte Vasco da Gama, a Gare do Oriente, o Panteão Nacional, o mapa de Portugal (num ecrã olhando para o qual trabalhadores se levantam), a palavra Portugal num cachecol, a bandeira nacional, a foz do Tejo e a Torre de Belém. Isto é, cerca duma dúzia de símbolos e ícones nacionais.(...)"

Eduardo Cintra Torres in Jornal de Negócios - 12/01/2006

16 janeiro 2006

Que Justiça?

Há dias, em entrevista à SIC Notícias, o empresário Patrick Monteiro de Barros quando inquirido sobre os principais obstáculos à competitividade do país respondeu sem hesitar: a Justiça. E logo desfiou diversos exemplos de ineficiência.

Quanto à eficiência o diagnóstico está feito e mais do que feito. O tempo e o modo de funcionamento dos tribunais não resistem à evolução da sociedade. O que antes era lento tornou-se lentíssimo, mesmo que o sistema tenha evoluído em celeridade. Aos olhos dos cidadãos do século XXI, a Justiça está parada no tempo, enquanto a sociedade se move cada vez mais depressa, e refém de interesses corporativos.

O problema, contudo, não é do século XXI, já vem de trás. Não há como ouvir um ex-ministro da Justiça para perceber bem a realidade (vá-se lá saber porquê os ex-ministros são sempre muito mais esclarecedores do que enquanto foram ministros?). Recorro por isso aos números apresentados por José Pedro Aguiar Branco numa conferência realizada no Outono passado: número excessivo de comarcas - 320 (a França, a título de exemplo, tem cerca de 600) - e dois terços da litigiosidade concentrados em quatro comarcas - Sintra, Lisboa, Porto e Gaia - que absorvem apenas um terço dos recursos. Mas disse mais: «Em Portugal continuamos a ter tribunais à distância de cinco minutos com estruturas montadas e problemas de falta pessoal nuns lados e excesso no outro» sem que seja possível mudar as pessoas em conformidade. «Aliás, nem se pode mudar da zona oriental para a zona ocidental de Lisboa»....

Aos problemas de funcionamento juntou-se nos últimos anos um mal maior: uma profunda crise de credibilidade. Habituados a assistirem ao desenvolvimento mediático de grandes processos invariavelmente concluídos sem condenações, sobretudo no domínio dos crimes de colarinho branco, os portugueses começaram a perceber que de facto a culpa morre mesmo solteira. E muitos começaram a duvidar legitimamente da possibilidade de fazer justiça em Portugal.

Está assim seriamente abalado um dos fundamentos do Estado democrático.

O último episódio da divulgação pública das listas de chamadas recebidas e efectuadas pelos telefones de algumas das mais altas figuras do Estado, com o Presidente da República à cabeça, é ilustrativo do estado de descrédito a que se chegou. Independentemente das mais diversas teorias conspirativas postas a circular, todas à volta do interesse da Defesa em desacreditar o processo da Casa Pia, não é possível perceber a utilidade daqueles registos, uma vez que a pessoa que alegadamente motivou o pedido (Paulo Pedroso) nem sequer foi pronunciada. A imagem que dá é de uma profunda incompetência além de uma inaceitável ligeireza no tratamento de aspectos que lesam os direitos e liberdades dos cidadãos.

Enquanto sobem as apostas sobre se é desta que o procurador Souto Moura vê encurtado o seu mandato, é tempo de dizer que os males da Justiça não se resumem a uma figura nem se resolvem com o seu eventual afastamento.

Pode ser um acto higiénico mas o mal é demasiado profundo e exige o empenho activo dos dois principais partidos. Só o PS é que não quer ver.

Luísa Bessa in Jornal de Negócios - 16/01/2006

É exactamente isto que Magistrados e Juízes podiam/deviam invocar na (séria) discussão sobre a dignificação das suas classes! A mantermos este estado de sítio num dos pilares essenciais de qualquer aparelho democrático, corremos alegremente (sem qualquer colagem ao poeta) o risco de gerar curto-circuito no ship de uma das mais altas das magistraturas portuguesas...

10 janeiro 2006

Mário Soares: "Se perder, a culpa é minha"

O candidato presidencial Mário Soares afirmou-se hoje "preparado" para todos resultados eleitorais, incluindo uma eventual vitória de Cavaco Silva na primeira volta, e disse que se perder a culpa será sua e não do PS.

"Estou preparado para tudo, porque acho que cumpri o meu dever nesta campanha e aceitarei a vontade popular", declarou Mário Soares na Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, depois de uma estudante de Comunicação Social o ter questionado sobre uma possível eleição à primeira volta do próximo Presidente da República.

Na resposta à pergunta, o candidato apoiado pelo PS voltou a manifestar a convicção de que "haverá segunda volta".

"Mas posso estar enganado. Não sou daqueles que nunca se enganam e nunca têm dúvidas. Se me enganar, desejo a melhor sorte para o Presidente da República eleito", acrescentou, tendo a assistir uma plateia de estudantes e de apoiantes da sua candidatura.

Pouco depois, um estudante questionou Soares se, em caso de derrota, culpará o PS por esse resultado.

"Se perder, a culpa é minha, mas não admito esse cenário", reagiu.

http://ultraleve.publico.pt/file1244309.asp

Digo eu: havia de ser de quem? Só se fosse do Prof. Cavaco Silva!



OTA/TGV: personalidades do Norte querem referendo...

Juristas, economistas, professores universitários e dirigentes associativos do Porto apelaram hoje, em carta aberta, ao Parlamento para que proponha a realização de um referendo sobre o novo aeroporto da OTA e o comboio de alta velocidade (TGV).

Na carta, a que a agência Lusa teve acesso, o grupo de signatários alerta os deputados de todos os partidos para o facto das decisões em relação à construção do novo aeroporto de Lisboa na Ota e ao comboio de alta velocidade terem sido tomadas «sem um mínimo aceitável de contraditório e com o aproveitamento do conhecido quem cala consente».

São «decisões alegadamente suportadas pelo manto diáfano de uma maioria absoluta», que colocam os portugueses perante «a inevitabilidade de investimentos faraónicos que condicionam o futuro de várias gerações», considerou o professor universitário Paulo Morais (ex-vereador do Urbanismo da Câmara do Porto), um dos 12 subscritores do documento.

«Propormos a realização de um referendo porque consideramos que não estão claros nem o custo dos investimentos nem as suas vantagens», disse Paulo Morais à Lusa, apelando aos deputados de todos os partidos para que «assumam as suas responsabilidades de representantes do povo português» e proponham a realização da consulta popular.

Paulo Morais considerou que uma das grandes vantagens do referendo seria a discussão alargada que iria motivar através da criação de movimentos a favor e contra.

«Seria a oportunidade de exprimir diferentes pontos de vista sobre os investimentos e ter acesso aos estudos que estão na sua origem», frisou.

Caso os deputados não atendam ao pedido dos signatários da carta, será ponderada a hipótese de criar um movimento cívico para avançar com a recolha das 75 mil assinaturas necessárias para, por iniciativa popular, propor o referendo.

A carta é também subscrita por Carlos Abreu Amorim (jurista e professor universitário), Carlos Brito (engenheiro), João Baptista Magalhães (professor), Luís Rocha (economista), Mário Frota (jurista), Pires Veloso (general) e Rui Moreira (presidente da Associação Comercial do Porto).

«Neste período de campanha eleitoral queremos chamar a atenção para o que se está a passar e lembrar aos deputados o seu papel de fiscalização da actividade do Governo», afirmou à Lusa Carlos Abreu Amorim.

Defendeu que, por se tratar dos «maiores investimentos públicos da história de Portugal», os projectos obrigam a «uma maior participação da população portuguesa».

Afirmando desconhecer os critérios de elaboração dos estudos que estão na origem dos projectos, o jurista disse aguardar que sejam diferentes dos que motivaram a realização da Expo98 e a construção dos Estádios para o Euro2004.

«O número de visitantes da EXPO98 não chegou a um quinto das estimativas e a maioria dos estádios de futebol estão hoje às moscas», frisou, considerando que «se os projectos tiverem de avançar, que seja com a população consciente do que está em causa».

Em relação à origem partidária dos signatários do documento, ambos esclareceram tratar-se de «um grupo completamente supra-partidário» que pretende obter do Governo «uma explicação de boa fé e de forma transparente» das razões que justificam a concretização da OTA e do TGV.

Carlos Abreu Amorim referiu-se ainda à «encenação teatral» do Governo na apresentação dos dois projectos, em Dezembro, criticando nomeadamente a participação de responsáveis de empresas que «vão tirar proventos das iniciativas».

Ouvido pela Lusa, o presidente da Associação Comercial do Porto (ACP), Rui Moreira, justificou a decisão de subscrever a carta enviada aos deputados com a necessidade de levar a discussão para a Assembleia da República.

«O assunto não está suficientemente amadurecido e o Parlamento é o sítio próprio para discutir projectos como a OTA e o TGV», frisou o dirigente associativo.

Questionado sobre a necessidade de avançar com referendos aos dois projectos, Rui Moreira realçou a função pedagógica dos mesmos.

http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=632557


09 janeiro 2006

Lisboa versus Portogaia?

«O deputado eleito pelo círculo do Porto Paulo Rangel e o lisboeta e director do Público José Manuel Fernandes responderam, anteontem à noite, à "provocação" corporizada na pergunta "Centralismo: Lisboa, rival ou aliada?", que serviu de mote à quarta conferência do ciclo Olhares Cruzados sobre o Porto, organizada pelo Público e pela Universidade Católica, com moderação a cargo de Rui Moreira.

Contra eventuais expectativas de uma luta de argumentos em volta do recorrente "centralismo lisboeta", as ideias avançadas pelos dois oradores "encaixaram-se" e complementaram-se. Paulo Rangel defendeu que "o Porto não pode, não deve nem tem que contar com Lisboa" para o que quer que seja, devendo pensar-se por si só como cidade no contexto ibérico e europeu; José Manuel Fernandes centrou o seu discurso nos malefícios do "paquiderme" que é a administração pública, que a todos prejudica e para cujo emagrecimento e agilização é possível e desejável a "aliança" entre todos, designadamente entre Lisboa e Porto.

Rangel avançou com uma ideia que não é nova, mas que retomou com redobrado vigor: a fusão dos concelhos do Porto e Gaia, único "projecto mobilizador" para afirmação da cidade que poderia, inclusive, ir um pouco mais longe, congregando também Matosinhos. Seria a forma de ganhar "massa crítica" e erguer um pólo urbano poderoso, com mais de meio milhão de habitantes e 210 quilómetros quadrados, "uma construção positiva que não era feita contra ninguém" e que teria inúmeras vantagens, desde a redução de custos administrativos até à gestão integrada de dois centros urbanos, já praticamente unidos.

Até chegar à proposta de fusão, Rangel começou por desvalorizar o interesse da guerra contra o "centralismo", porque este "sempre existiu e vai perdurar", e cujas manifestações mais recentes são os projectos da Ota e do TGV, igualmente questionados pelo director do Público.

A aposta de Rangel é a da afirmação de uma cidade do Porto alargada e reforçada, inserida no que chamou "Iberolux", definido como um conjunto de cidades ibéricas em regime de cooperação integrada e respeitador das identidades e das diferenças de cada uma das urbes. Um modelo que implicaria uma solução multipolar, feito de uma rede de cidades médias inspirada no modelo holandês, com valências diversas e complementares e, obviamente, contrário ao centralismo que privilegia Lisboa, com "todo o país estruturado e infra-estruturado em volta da capital", à maneira da Grécia antiga "ou de João Cravinho".

José Manuel Fernandes começou por desvalorizar a muito criticada, a norte, concentração de investimentos na capital e optou por desancar no "inimigo comum" de Lisboa, do Porto e de toda a gente, e obstáculo principal ao bom desempenho da economia portuguesa: a "paquidérmica" administração pública portuguesa. "Um monstro que cresce e multiplica-se" e que tem afloramentos absurdamente irracionais, como é, entre outros, o caso de a maioria dos funcionários do Ministério da Agricultura se concentrar em Lisboa. [...] Emagrecer o "paquiderme" e pô-lo a andar é, portanto, o grande desafio do país, um desiderato consensual entre oradores e assistência.»

Carlos Romero, Público, 7-1-2006

07 janeiro 2006

Financiadores

Sobre a exigência feita por Mário Soares a Cavaco Silva no sentido de divulgar a lista de financiadores, e no seguimento de um comentário deixado no blog Cabalas, três notas simples:
1. Parece-me que os financiadores de Cavaco, como os dos outros candidatos, têm direito (se não legal, pelo menos de bom-senso) a alguma reserva - salvo se o Tribunal Constitucional detectar alguma irregularidade;
2. Talvez por isso Soares tenha dito que só divulgava os seus próprios financiadores depois de Cavaco o fazer - assim pode manter a tal reserva sobre os seus financiadores e continuar a atacar ridiculamente Cavaco sobre esta matéria; mas não deveria dar ele o exemplo?!?!?!
3. Estamos já no domínio do desespero e da mais pura demagogia.

Soares diz que vitória de Cavaco pode conduzir a um desastre...

O candidato presidencial Mário Soares dramatizou hoje o cenário de uma eventual vitória de Cavaco Silva nas eleições de 22 de Janeiro, dizendo que isso significaria a prazo um desastre para o país.

"Se não houver a inteligência de votar bem [nas eleições presidenciais], caminhamos a prazo para um desastre do país", declarou o candidato apoiado pelo PS, perante cerca de mil pessoas na Alfândega do Porto.

No seu discurso, que encerrou um encontro com sindicalistas e cooperativistas, Mário Soares sustentou que, se Cavaco Silva "vencesse na primeira volta", Portugal entraria "necessariamente na instabilidade social, política e institucional".

"Ninguém se pode convencer que a uma maioria socialista, que está no Governo, interessa mais eleger um candidato que não assume os apoios que recebe, mas que nós sabemos perfeitamente quem são", declarou Soares em nova referência a o ex-primeiro-ministro social-democrata.

Depois de se considerar "camarada" dos cidadãos do trabalho, Mário Soares acusou ainda Cavaco Silva de ser um defensor do neoliberalismo e da redução dos direitos laborais.

"O nosso principal adversário, cujo nome não me ocorre agora – deve ser mais uma das minhas 'gaffes' –, quando fala em flexibilidade no emprego e desenvolvimento está a querer dizer que defende o recuo da nossa civilização a um século e meio atrás", advogou.

Falando de um palco colocado a meio da sala, Soares frisou que, se voltar a ser Presidente da República, recusará "qualquer mexida nas garantias e direitos do povo do trabalho".

No seu discurso, o ex-Presidente da República fez também uma referência às sondagens que lhe têm sido desfavoráveis."A enorme presença de pessoas neste encontro desmente aqueles que são cépticos ou que querem continuar a ser cépticos em relação à minha candidatura. Em todo o lado, como aqui no Porto, fui recebido por multidões", disse.

in Lusa - 06/01/2006 - 22h21m

Foi apenas mais um dia em que alguém se esqueceu de tomar os comprimidos!!!

06 janeiro 2006

À esquerda da vírgula...

Chegou o tempo de encarar a crise da nossa economia com outros olhos. Para não ficarmos sempre à espera das próximas previsões, da seguinte e mais que certa revisão em baixa. Estamos todos, uns mais que outros certamente, muito cansados com esta falta de perspectivas. Estamos todos muito saturados de ouvir as mesmas conversas de sempre.

A lengalenga das reformas, do défice de lideranças, bla, bla, bla, bla.

Toda a gente já se habituou a esta via sacra de Constâncio: era de 1,2%, passou para 0,8% e ninguém se admira que venha a acabar em 0,5% ou 0,3%. Enfim, talvez a sorte ou o infortúnio ditem os desvios de décimas. Mas o essencial, aquele número que está à esquerda da vírgula, esse é que depende de nós.

Procuram-se desculpas na suposta crise europeia. Mas não há uma crise europeia. A Alemanha está com um problema económico grave, a França e a Itália também. Mas há países pujantes, e não é só a Espanha, o que só dá apenas um e único significado à nossa crise: não é uma fatalidade.

Dito de outra forma, Portugal está a atravessar a fase mais longa de mediocridade económica, porque a sociedade fracassou.

É isso que o governador quer dizer cada vez que surge em público com um PIB mais encolhido, mas poucos entenderam isso. Menos são ainda os que estão verdadeiramente dispostos a mudar.

Não é um golpe de Estado, basta uma «revolução» de mentalidades. Este país evoluiu muito nos últimos trinta anos, mas insiste em não aceitar a cultura de mercado.

Veja-se este caso da EDP, em que toda a gente acha absolutamente normal que um Presidente da República interfira no governo de uma empresa com 75% do capital privado. Mesmo gente bem intencionada indigna-se pelo facto de um ministro ter confiado aos accionistas privados a escolha do futuro presidente!...

Aliás, os portugueses ainda detestam a propriedade privada. O sentimento dominante é de aversão a quem investe e arrisca. Os empresários, eles próprios, ficaram viciados no negócio sem risco. Não todos, mas os protegidos.

As transformações até se estão a dar, há casos formidáveis de sucesso empresarial, só que esses não são os eleitos, não são os promovidos.

Os mesmos que se angustiam com as conferências de imprensa semestrais do doutor Constâncio, são aqueles que não querem ouvir falar de mobilidade, de concorrência. É uma esquizofrenia colectiva, em que se inveja o dinamismo americano mas que, ao mesmo tempo, se diabolizam os factores que estão na origem desse sucesso.

Não é preciso ser «americano», nem fazer um golpe de Estado. Basta ser português, aprender com a História e verificar em que momentos a crise foi superada e o país conheceu a prosperidade. Nos momentos de ruptura.

Dois candidatos presidenciais, por direito próprio, deveriam ser portadores da mensagem. Também não são. Mário Soares que ousou pela integração europeia hoje teme a abertura ao exterior. Cavaco Silva privatizou a economia e agora aplaude Sampaio na defesa dos «campeões nacionais».

Sérgio Figueiredo in Jornal de Negócios - 05/01/2006

Parece que estamos muito sintonizados... É exactamente esta postura, cultura e intelecto pragmático que Portugal tem que adoptar e carece. A bem da nação (de todos!).

05 janeiro 2006

Previsões 2006...

Ora aí estão elas!

Começam a (res)surgir as previsões de crescimento económico para o País. A mais recente, ontem, do Banco de Portugal, revê em baixa a taxa de crescimento do PIB de 1,2% para 0,8%.

Está a tornar-se viciante a forma de encarar e entender a economia e desenvolvimento de um País como Portugal! Nunca é tarde demais para Economistas, Políticos, Ministros e Jornalistas perceberem de uma vez por todas que as previsões que têm sido feitas nos últimos anos, e a sua impestada divulgação, são pura perda de tempo!

Perdemos tempo e recursos sempre que os desperdiçamos, i.e., sempre que não geramos qualquer valor acrescentado na sua utilização. É assim que tem sido gasto algum do nosso tempo: a ouvir disparates sobre o crescimento económico, sobre o desenvolvimento de Portugal, sobre os culpados e outras tantas "tangas" para enganar o Povinho.

Alguém já perdeu algum tempo para meditar, de forma intelectualmente honesta, sobre o modelo de "Crescimento e Desenvolvimento Económico Desejado e Obrigatório para Portugal"? Muito poucos, de certeza!

Senão vejamos:

1. Possuímos altos níveis de desperdício de dinheiro público: nomeadamente a função Estado, logo, são umas centenas de milhares de indivíduos pouco interessados em discutir o assunto!
2. Possuímos baixíssimos níveis de produtividade, graças aos péssimos organizadores das áreas mais operacionais do País, logo, estes pseudo-gestores não querem que alguém mostre que é muito fácil fazer muito melhor!
3. Não somos sedutores, quer fiscalmente, quer profissionalmente, porque vivemos na ignorância de que poupamos ao fugir aos impostos e que somos os chicos-espertos da Europa Profissionalizada! Veja-se o caso dos Emigrantes Portugueses espalhados pelo Mundo que são sempre usados como exemplo de que é possível sermos muito bons... Falta é o resto: são bons lá fora, num outro País, num outro esquema de regras, num outro ambiente de culturas cívicas e de outras visões mundanas!
4. Temos na mais importante valência do Estado, a administração pública, os piores gestores do mercado, e, nos cargos políticos, aqueles que não conseguem ter/ver qualquer protagonismo e/ou reconhecimento no sector privado!
5. Temos das mais sub-desenvolvidas culturas cívicas do Mundo! Veja-se a tristeza dos chichis na rua, não só de animais...
6. Somos em termos globais, bajoladores de contos e tangas: telenovelas, futebois e recrutas televisivas?!

Consequentemente, somos fracos na fixação de objectivos, por falta de ambição; inconscientes e desenquadrados da realidade europeia, devido a uma total ausência de cultura de avaliação sistemática de tudo e de todos; medíocres porque não aprendemos com os melhores, por pura inveja (mui típica característica lusitana) e falta de humildade!

É assim que se justifica a vergonha de previsões que se fazem para a Economia Portuguesa! Sem ambição, justificação, origem, solução e brio! Assim vai Portugal! Entregue a incompetentes e maus alunos!

É por tudo isto que o (génio) JPP continuará a ser um incompreendido!!!

02 janeiro 2006

Frase do dia

"Serão más notícias para o país se o desemprego não aumentar, se os salários não crescerem abaixo da inflação, se o consumo das famílias não diminuir, se não houver forte contenção da despesa pública."

José Manuel Fernandes in "PÚBLICO" - 02/01/2006

Simplesmente brilhante! Sobretudo pela concisão!

O Plano para Portugal Passo-a-Passo

Passo 1: Trocamos a Madeira pela Galiza, têm que levar o Alberto João.
Passo 2: Os galegos são boa gente, não dão chatices e ainda ficamos com o dinheiro gerado pela Zara (é só a 3ª maior empresa de vestuário). A indústria têxtil portuguesa é revitalizada. Espanha fica encurralada pelos Bascos e Alberto João.
Passo 3: Desesperados os espanhóis tentam devolver a Madeira (e Alberto João). A malta não aceita.
Passo 4: Oferecem também o pais Basco. A malta mantem-se firme e não aceita.
Passo 5: A Catalunha aproveita a confusão para pedir a independência. Cada vez mais desesperados os espanhóis oferecem-nos: a Madeira, País Basco, eCatalunha. A contrapartida é termos que ficar com o Alberto João e os Etarras. A malta arma-se em difícil mas aceita.
Passo 6: Dá-se a indepêndencia ao país Basco, a contrapartida é eles ficarem com o Alberto João. A malta da Eta pensa que pode bem com ele e aceita sem hesitar. Sem o Alberto João, a Madeira torna-se um paraíso. A Catalunha não causa problemas (no fundo, no fundo são mansos).
Passo 7: Afinal a Eta não aguenta com o Alberto João, que entretanto assume o poder. O país Basco pede para se tornar território português. A malta aceita apesar de estar lá o Alberto João.
Passo 8: No país Basco não há Carnaval. Alberto João emigra para oBrasil...
Passo 9: Governo brasileiro pede para voltar a ser território português. A malta aceita e manda o Alberto João para a Madeira.
Passo 10: Com os jogadores brasileiros mais os portugueses (e apesar do Alberto João) Portugal torna-se campeão do mundo de futebol! Alberto João enfraquecido pelos festejos do carnaval na Madeira e Brasil, não aguenta a emoção.
Passo 11: E todos viveram felizes para sempre.

Sei que este blog não é para piadas... mas achei esta imperdível!!!

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