08 fevereiro 2010

Mudos

Onde estão os grandes jornalistas que não compactuariam com este estado de coisas? Já não há Francisco Sousa Tavares ou Raúl Regos nas redacções dos principais jornais, rádios e televisões? Homens de coragem, jornalistas sem medo de enfrentar poderes bem mais fortes que estes poderes socratinos, onde estão?

O Sindicato dos Jornalistas emitiu um breve comunicado e prometeu um debate. A liberdade de expressão está sitiada, mas não há problema: far-se-á um debate. Está bem. A relevância desta tomada de posição é tal que nenhum jornal a publicou (surgiu uma breve nota nas edições online do DN e do Público, mas não na versão impressa).

Entretanto, sabemos que a reacção de Nuno Santos foi dócil (para dizer o menos) e já nem falo em José Alberto Carvalho e quejandos. O inefável José Leite Pereira continua alegremente a ajudar os seus amigos socialistas - o JN deve ter sido o único jornal em que a notícia do plano de Sócrates para controlar os media nem tema de capa foi.

Está reduzido a isto o nosso jornalismo: tudo o que é de Direita é desprezado, distorcido ou, mesmo, ridicularizado. Tudo o que é relativo ao Bloco ou ao PCP é tolerado, uma vez ou outra elogiado (quando mais progressista). Tudo o que é relativo ao PS é filtrado pelo poder político, com a preciosa ajuda do poder económico público ou semi-público.

A liberdade de imprensa está sitiada mas os únicos jornalistas que o denunciam já estão fora das redacções: Moniz, Moura Guedes, Crespo, Fernandes. Triste jornalismo num triste país.

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