13 janeiro 2010

Fim da censura?

A gigante de Internet Google está em rota de colisão com o governo chinês e já admitiu poder vir a ser forçada a sair do país, depois de ter anunciado o fim da censura nas pesquisas realizadas pelos cidadãos chineses no motor de busca, como era exigido pelas autoridades de Pequim.

Ver mais em:
http://www.publico.clix.pt/Tecnologia/google-desafia-governo-chines-e-admite-poder-vir-a-ser-forcada-a-sair-do-pais_1417570

Distribuição da Riqueza [1931]

"É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que
punem os ricos pela prosperidade.

Para cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar
sem receber.

O governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro
alguém. Quando metade da população entende a idéia de que não precisa
trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando
esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para
sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma
nação.

É impossível multiplicar riqueza dividindo-a."

Rogers Adrian , 1931

05 janeiro 2010

Henrique Raposo no Expresso

O regime morreu. A III República portuguesa está morta. Ainda ninguém
levantou o corpo, porque as certidões de óbito - em política - demoram a
chegar. E, neste caso, estamos a falar de três certidões, ou seja, vivemos
num regime que morreu três vezes.

A primeira morte é económica. O modelo
socialista/social-democrata/democrata-cristão, centrado na caridade do
Estado e na subalternização do indivíduo, está falido, e brinda-nos com
recessões de quatro em quatro anos. Basta ler "O Dever da Verdade" (Dom
Quixote), de Medina Carreira e Ricardo Costa, para percebermos que o nosso
Estado é, na verdade, a nossa forca. Através das prestações sociais e das
despesas com pessoal, o Estado consome aquilo que a sociedade produz. Estas
despesas, alimentadas pela teatralidade dos 'direitos adquiridos', estão a
afundar Portugal. Eu sei que esta verdade é um sapo ideológico que a
maioria dos portugueses recusa engolir. Mas, mais cedo ou mais tarde, o
país vai perceber que os 'direitos adquiridos' constituem um terço dos
pregos do caixão da III República.

A segunda morte é institucional. Como já aqui escrevi várias vezes,
Portugal não tem um regime político com freios e contrapesos. O partido da
maioria, seja ele qual for, controla todas as instituições do regime;
vivemos numa espécie de 'ditadura conjuntural' do partido da maioria. Por
outro lado, Portugal é um Estado de direito falhado: a nossa Justiça é um
embaraço confrangedor. A geração que está no poder construiu a democracia.
Cabe à minha geração edificar o Estado de direito.

A terceira morte é partidária. O nosso sistema partidário tem a vitalidade
de um zombie, pois não responde às necessidades da sociedade. Porquê? Ora,
porque os partidos portugueses representam os interesses do Estado e não os
interesses da sociedade. Portugal precisa de reformas que emagreçam o
Estado, mas os partidos são os primeiros a recusar essas reformas. É
natural: o emagrecimento do Estado significaria o fim de milhares e
milhares de empregos para os boys.

A necessária dieta estatal passaria, por exemplo, pela reforma do mapa
autárquico. A actual arquitectura do poder local assenta em pilares
arcaicos. Em 2009, é simplesmente ridículo vermos o país dividido em 4251
freguesias e 308 municípios. Como é que um país tão pequeno está
esquartejado desta forma? Esta situação chega a ser caricata, mas os
partidos nunca executarão mudanças no mapa autárquico. É fácil perceber
porquê: com menos câmaras e freguesias, as matilhas de caciques seriam
obrigadas a sair do quentinho partidário e a procurar trabalho no frio da
vida real. Enfim, a III República está bloqueada. Os actores que deveriam
ser as alavancas legítimas das reformas - os partidos - são os primeiros a
dizer 'não' às ditas reformas.

Para esconder as três mortes do regime, os partidos inventaram um mecanismo
de defesa: o folclore fracturante. A actual conversa sobre o casamento gay
é só mais uma forma de adiar a chegada do médico legista da III República,
o regime que morreu três vezes.

Henrique Raposo

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