27 janeiro 2006

O silêncio no PS...

Muitas vezes o PS funciona como um cardume de piranhas. Descobre uma vítima e atira-se a ela como se fosse o alimento essencial para a sua sobrevivência. A madame Castafiore do PS, Ana Gomes, já identificou cientificamente o culpado de todas as desgraças do partido: Alegre, claro.

Ana Gomes, seguidora, por caminhos ínvios, dos ensinamentos do grande Todor Jivkov, que nos tempos da globalização socialista achava que a Bulgária era uma seara alinhada porque qualquer espiga que despontasse era rapidamente decepada, não tem dúvidas.

Sócrates, num gesto benemérito (especialmente para consigo próprio), já fez soar que não quer assassínios políticos em público. Já chega o que fez a Alegre, por distracção, na noite das eleições. Sócrates quer apaziguar as críticas, porque quer que Alegre se cale, assim como os que viram na candidatura de Soares um desastre anunciado. Sócrates gosta de ouvir. Os que pensam como ele. Prefere os que dizem «sim» aos que dizem «não» ou «talvez». Mas também não quer que isso venha para a praça pública. Como princípio de poder é eloquente. Como lógica democrática é um paraíso para os fantasmas.

O PS de Sócrates não reflecte: olha-se ao espelho. Sócrates é o Dorian Gray do PS. É pena Oscar Wilde não estar por cá para o descrever.

Fernando Sobral in Jornal de Negócios - 26/01/2006

Comments:
Recordando: Ana Gomes foi a militante socialista que pediu a demissão do ex-PR quando este não dissolveu a AR no âmbito da 1ª jogada...
 
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