27 março 2006
Congresso no Arquipélago – Balanço I
Para mim, é verdade que o Congresso devia ter sido preparado com mais tempo. Devia ter havido um debate alargado sobre as várias propostas, que foram apresentadas apenas poucos dias antes do Congresso. Não foi uma solução séria, não há que disfarçá-lo.

Para agravar o processo, as negociações até ao último minuto conduziram a umas versões finais de propostas literalmente feitas sobre o joelho. E como essas negociações se prolongaram até ao início das votações (que, de resto, se atrasaram por causa disso), as novas versões não foram distribuídas aos congressistas, que assim apenas dispunham de versões desactualizadas e, portanto, inúteis.
Para culminar toda esta trapalhada, este acontecimento fantástico: os delegados saíram do Pavilhão Atlântico sem saberem o que foi aprovado! O único resultado de votação que foi anunciado foi o das directas.
Ou seja:
25 março 2006
Encerramento das jornadas parlamentares do PS
25.03.2006 - 15h58 Lusa
O primeiro-ministro, José Sócrates, defendeu hoje que a organização territorial dos serviços do Estado em função das cinco regiões-plano é consensual "no PS e noutros partidos" políticos, mas também entre a comunidade técnica e científica.
No encerramento das jornadas parlamentares do PS, em Viseu, sobre "modernização da administração pública", o primeiro-ministro argumentou que essa estratégia não pode causar surpresa, salientando que está escrita no programa do Governo.
"Não compreendo a surpresa de muitos. Essa orientação está escrita num livrinho: chama-se programa do Governo do PS. Lá está escrito que devemos aproveitar as cinco regiões-plano como espaços territoriais para toda a desconcentração dos serviços públicos do Estado", afirmou José Sócrates.
"É essa orientação que vamos seguir. Disse na campanha eleitoral que o PS neste domínio também tinha evoluído e que o que nos parecia correcto em termos de espaço territorial para organizar regionalmente eram as regiões-plano que já existem", acrescentou José Sócrates.
O secretário-geral do PS sustentou, em seguida, que "essa ideia é hoje muito consensual no país, não apenas no PS, mas noutros partidos" políticos e subscrita igualmente pela "comunidade técnica e científica que há muito estuda o planeamento, o desenvolvimento regional".
As cinco regiões-plano - Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve - "correspondem a uma realidade estatística, orgânica, de planeamento que é a única que existe em Portugal" e deve ser "valorizada e potenciada para que ao nível regional os serviços do Estado tenham alguma lógica e coerência", argumentou José Sócrates.
O primeiro-ministro referiu que a organização territorial dos serviços do Estado em função das cinco regiões-plano e três "leis estruturantes para a modernização da administração pública" estarão concluídas até ao final deste ano.
José Sócrates precisou que o Governo apresentará propostas sobre "a mobilidade" e a avaliação e progressão nas carreiras dos funcionários públicos, defendendo que "a administração pública tem de ter capacidade de adaptação e flexibilidade" e que é preciso "premiar o mérito".
O programa do Governo prevê "a instituição, em concreto, de verdadeiras regiões administrativas, enquanto terceira categoria de autarquias locais - tal como as prevê a Constituição portuguesa - com legitimidade democrática, escala, racionalidade territorial e capacidade efectiva de decisão e execução".
"Impõe-se nesta legislatura a adopção de iniciativas tendo em vista a criação de condições políticas para um futuro referendo à regionalização" e "será adoptado um modelo coerente para a administração desconcentrada do Estado, também em torno das cinco regiões-plano", acrescenta ainda o documento.
18 março 2006
Congresso no Arquipélago - The End

Congresso no Arquipélago - Fome
Congresso no Arquipélago - Enfim, directas!
Congresso no Arquipélago - 2º discurso de Marques Mendes

Congresso no Arquipélago - Contra as directas
Congresso no Arquipélago - Ambiente

Congresso no Arquipélago - António Borges
Congresso no Arquipélago - Eppur si muove...
Congresso no Arquipélago - Lavagem de roupa suja
Congresso no Arquipélago - 1º discurso de Marques Mendes III
17 março 2006
Congresso no Arquipélago - 1º discurso de Marques Mendes II
- com a sociedade da comunicação, dos telemóveis e da internet (falha imperdoável: o esquecimento dos blogs), hoje há condições para todos os militantes acompanharem de perto a vida do partido e, assim, tomarem uma decisão bem fundamentada sobre a liderança que querem;
- necessidade dos partidos se abrirem à sociedade, que tem o corolário lógico, em primeiro lugar, da abertura aos militantes;
- élan dos Congressos vai continuar ("se houver alguma imaginação" - esta é fantástica) e, em todo o caso, "o PSD não é uma entidade organizadora de eventos televisivos".
Os dois primeiros argumentos interessam pouco... correcção, não interessam nada ao congressista-tipo. O último sim. De facto, o famoso élan dos Congressos não é mais do que um eufemismo para isto: suspense e jogo de bastidores. O suspense tem piada, mas é o jogo de bastidores que mexe com os congressistas. Ao contrário do que correntemente se diz, o congressista típico não é um militante de base. É claro que a maioria não faz parte de uma qualquer elite, mas também não está propriamente na base. São os "corpos intermédios", os dirigentes locais e distritais, de uma estrutura em escada que ambicionam subir.
Portanto, não são propriamente os militantes de base que vão decidir se o líder é eleito pelas bases, pelos corpos intermédios e pelas elites. São os corpos intermédios e as elites que vão decidir se o líder é eleito pelas bases, pelos corpos intermédios e pelas elites. Pormenor importante, porque vão abdicar, ou pelo menos diluir grandemente, o seu poder actual nessa eleição.
Daí que muitos se interroguem sobre o desfecho da alteração estatutária se o sufrágio fosse por voto secreto. Pessoalmente, penso que as directas passariam na mesma, mas com menor vantagem do que aquela que se verificará amanhã.
Aliás, houve um sinal engraçado. Marques Mendes explanou o tal terceiro argumento e notou-se uma certa descrença no povo social-democrata. Quando terminou com a frase já referida ("o PSD não é uma entidade organizadora de eventos televisivos"), foi utilizando um tom de voz em crescendo, seguido de pausa, daquelas mesmo a pedir aplausos. E a verdade é que estes foram fraquíssimos, sem grande convicção aparente. Quem conhece o PSD (e os outros partidos?) sabe que ninguém gosta de perder sequer um poderzinho, quanto mais o poder de eleger o líder...
Congresso no Arquipélago - 1º discurso de Marques Mendes I
Congresso no Arquipélago - Sinais

Hoje começa o XXVIII Congresso Nacional do PSD. Hoje há uma Assembleia Geral do Sporting. O tema do Fórum TSF de hoje foi a Assembleia Geral do Sporting.
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Hoje começa o XXVIII Congresso Nacional do PSD. Hoje há uma Assembleia Geral do Sporting. O Congresso decorre na sala pequena do Pavilhão Atlântico. A Assembleia Geral decorre na sala grande do Pavilhão Atlântico.
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Para ver o site oficial do Congresso, clicar aqui. Para ver os trabalhos do Congresso em directo, clicar aqui.
09 março 2006
Nesta frase está a chave...

02 março 2006
Telejornal... o melhor programa de humor!
1) "Só espero que para o resto da sua vida sinta algum remorso sabendo o que eu lutei, quando o senhor ainda não era nascido ou andava de cueiros, para haver democracia e liberdade em Portugal (...). É preciso topete!", afirmou o ministro.Fazer-se valer do seu passado e puxar dos galões que arrecadou há anos atrás é... feio! Não é assim que se faz! A ver aqui...
Respeito muito quem já muito fez, mas o país vive com o que se faz. Embora por cima e depois do que já foi feito, é o presente que interessa e o passado serve apenas para medir a experiência e não os actos! É feio, é triste que um ministro faça da sua idade e experiência os seus argumentos sobre os de um deputado da oposição, dum partido que ele próprio fundou, acabando com uma presunção que nada bem lhe fica. E esta alusão às origens do CDS-PP não faria sentido... Mas foi o prório Freitas do Amaral que as referenciou em plena Assembleia da República!
Já aqui foi escrito, já aqui foi debatido, não vou voltar ao mesmo... A opinião oficial do Ministro dos Negócios Estrangeiros foi fraca. Falhou. Foi um erro. Logo, mais vale assumí-lo!
Isso sim, é puxar de galões, é usá-los! Saber admitir um erro, olhar para a frente e não voltar a cometê-lo! Talvez um dia no nosso Governo...
3) "We are all ears to ear your song!" É ser um pouco mauzinho. Mas não posso deixar de mencionar o que me provocou a maior gargalhada do dia (já não me lembro das de ontem e anteontem e...). Já o disse e volto a dizer, faço disso um modo de vida: Quando não sabemos, não falamos. Ouvimos, aprendemos... e depois formamos a nossa própria opinião e exprimimo-la! Neste caso, é arranjar umas horinhas no horário de Sócrates para... voltar à escola (e pode telefonar a George para ir com ele...)!!! Embora nenhum órgão noticioso mencinone tão distinta frase do nosso PM, podem ver a notícia aqui. Se ainda a conseguir arranjar, deixá-la-ei aqui.