17 março 2006

Congresso no Arquipélago - 1º discurso de Marques Mendes I

Ao longo de 38 minutos, Marques Mendes fez o seu discurso de abertura do Congresso. Começou bem, com um discurso forte cheio de referências às vitórias do seu mandato até agora.
Em primeiro lugar, as autárquicas. Disse umas quinze vezes a palavra vitória (número de câmaras, número de freguesias, número de mandatos, escolha dos candidatos, etc.) e lembrou que tinha seleccionado os candidatos tendo por base a seriedade e a competência.
Em segundo lugar, as presidenciais. Sem nunca chamar a vitória de sua, conseguiu "colar-se" eficazmente à mesma pela via do regozijo constante que demonstrou pelas vantagens para o país da eleição de Cavaco Silva para a Presidência da República.
Depois seguiu para um ataque incisivo ao Governo, igualmente bem conseguido: lembrou que o crescimento económico foi menor em 2005 do que em 2004, trouxe dados "frescos" (anunciados hoje pelo Banco de Portugal) sobre o agravamento em 40% do endividamento ao exterior, recordou o aumento de impostos (acusou o Governo de incrementar o imposto sobre os combustíveis para pagar as Scuts), criticou o fim da experiência positiva dos hospitais SA, desmontou a suposta coragem do Primeiro-Ministro dando três exemplos concretos (não ter posto os pés em Felgueiras nas últimas autárquicas - enquanto, verdade seja dita, Marques Mendes foi a Oeiras e Gondomar -, a nomeação de Oliveira Martins para o Tribunal de Contas e a demissão de Vítor Martins de presidente da Caixa Geral de Depósitos, ainda por cima acompanhada da nomeação de Armando Vara para o seu Conselho de Administração).
O passo seguinte do seu discurso foi o menos feliz. Entrou em considerações genéricas sobre o Governo, em que sobraram aquelas expressões vazias (como importância da lusofonia, rumo do Governo, desafios, respostas às expectativas dos portugueses) que constituem o pior de Marques Mendes - politiquês sem conteúdo, incapacidade de entusiasmar quem o ouve.
Acabou aqui o discurso virado para fora, com nota globalmente positiva.

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