27 março 2006

Congresso no Arquipélago – Balanço I

Comecemos pelo processo. Antes e durante o Congresso, muito correu mal. E depois do Congresso, ninguém sabia muito bem o que esperar. Pior era difícil.

Para mim, é verdade que o Congresso devia ter sido preparado com mais tempo. Devia ter havido um debate alargado sobre as várias propostas, que foram apresentadas apenas poucos dias antes do Congresso. Não foi uma solução séria, não há que disfarçá-lo.

Aliás, a falta de rigor e de tempo na preparação deste Congresso foi uma das causas para o que dele saiu, que já veremos.

Para agravar o processo, as negociações até ao último minuto conduziram a umas versões finais de propostas literalmente feitas sobre o joelho. E como essas negociações se prolongaram até ao início das votações (que, de resto, se atrasaram por causa disso), as novas versões não foram distribuídas aos congressistas, que assim apenas dispunham de versões desactualizadas e, portanto, inúteis.

Para culminar toda esta trapalhada, este acontecimento fantástico: os delegados saíram do Pavilhão Atlântico sem saberem o que foi aprovado! O único resultado de votação que foi anunciado foi o das directas.

Ou seja:
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1. O quadro comparativo das várias propostas tornou-se completamente inútil, devido às desistências e às fusões de propostas;
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2. Por vezes não se sabia muito bem o que se estava a votar, do género “agora vamos votar o artigo x, de acordo com a fusão das propostas A e C” – sem os congressistas terem o novo texto resultante dessa fusão ou a Mesa o ler (será que o tinha?!); isto decorre do ponto anterior, claro;
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3. Muitas votações foram feitas a olhar para os “cabos de guerra”: o seu sentido de voto era, digamos, contagiante!; isto decorre dos dois pontos anteriores;
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4. Em relação a todas as outras votações, que não a das directas, foi dito isto: senhores delegados, depois os resultados serão divulgados (porque não foi possível no momento?; como serão divulgados?; com que controlo?; não se sabe);
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5. A Mesa do Congresso pediu um voto de confiança aos congressistas no sentido de corrigir o texto final dos Estatutos naquilo que fosse necessário, porque o “corta e cola” das várias propostas e fusões de propostas iria inevitavelmente criar incoerências, falhas e lacunas (sem comentários);
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6. Durante uns dias foi impossível saber quais os novos Estatutos do PSD (desde o dia 23 já é possível).
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Fui Delegado ao Congresso de revisão dos Estatutos da JSD, em Janeiro de 2004. Correu bem melhor.

Comments:
E eu que julgava que o Congresso da JSD de 2004 tinha sido um desastre... O que na verdade, volvidos 2 anos, me parece até que não foi assim tão mau.

De facto, é inaceitável a condução dos trabalhos deste importante evento do PSD!

Mais inadmissível é o que sai para fora deste Congresso...
 
Já agora, uma provocação:

Não será hora da JSD pensar também em eleger o seu Presidente por Directas?

Abraço ao Arquipélago!
 
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