10 fevereiro 2007

Sou Pai, não me matem!!!

Quando a minha Filha nasceu, nasci também como Pai. Nunca imaginaria que tal acontecimento provocasse tamanha descoberta de afectos, emoções e devoções. Nunca ninguém nos ensina a ser Pais. Ninguém nos diz o suficiente para nos prepararmos para esse momento. Ensinam-nos tudo: a conduzir, a ler, a escrever, a andar, a falar, a cantar e tantas outras coisas. Mas, a ser Pais ninguém nos pode ensinar. É uma aprendizagem que nasce pelo nascimento de um 1º Filho.

A minha Filha nasceu de um Grande Amor. Um Amor daqueles que não se entendem pela totalidade e acabam por não se viver na plenitude. Daqueles que sonhamos viver mas não temos espaço para dominar. A minha Filha é a humanização desse Grande Amor!

Volvidos 10 anos sobre o último referendo sobre a IVG, nada mudou no nosso País! As crianças, o elemento mais importante em todo o contexto social (pelo menos deveriam ser, a par dos idosos) continuam a ser mal tratadas pela Nação/Estado.

Nada, mesmo nada, se tem feito para reverter este facto! Infelizmente, o drama social aumenta e a Nação entretem-se com discussões de quando começa a Vida, isto para além das habituais tangas do futebol, árbitros e apitos douradinhos (tipo os da Iglo)!

Amanhã, dia 11 de Fevereiro, não se vai votar se a Vida nasce antes ou depois das 10 semanas! Amanhã, vota-se no futuro da Nação! Se somos ou não um País capaz de se desenvolver para acolher, criar e estimar os seus mais que tudo - as Crianças!

Na China o idoso é elemento soberano e tratado como privilegiado porque lhe é reconhecido o dom do conhecimento, da experiência e do exemplo de Vida. As crianças são tratadas e educadas para lhe seguirem os passos e também elas atingirem um dia esse tal estado de graça. A sociedade afirma-se pelo conhecimento e pela transmissão de valores. Mesmo com todas as vicissitudes que ao longo da Vida se antevêem. E mesmo com aquela gigante muralha...

Voltando ao tema da IVG, então o importante é saber se às 10 semanas existe ou não Vida??? Não!!! Nunca!!!

Para mim o crítico é saber se, às 10 semanas, alguém que pretende efectuar uma IVG, tem mais ou menos consciência sobre o que aconteceu no momento do acto que gerou a gravidez! Se é mais ou menos responsável nesse momento, do que o foi anteriormente, para exercer tal acto e pretensão de forma responsável.

(Já agora, onde fica o direito de um Pai - que queira vir a sê-lo - de ter participação na opção de uma IVG?)

Para mim esta discussão está só um nível: alguém tem direito a exterminar um processo natural de gestação de uma Vida de forma responsável? Se iniciou o processo de forma irresponsável, então assuma a responsabilidade de o levar por diante. É assim a Vida! Temos que assumir as consequências dos nossos actos. Aprender com eles! E não fugir às consequências mesmo que muito duras e crúeis sejam! É aqui que o Estado tem que intervir. É nesse momento que tem que estar vocacionado e preparado par apoiar e incentivar os Pais para que a Criança seja dignamente criada, educada e acarinhada! E este incentivo inicia-se na escolinha... A ensinar os/as meninos/as a brincarem aos namorados!!!

Numa sociedade em que existem métodos contraceptivos, porque é que é necessário alargar a banda e a diversidade dos mesmos? É que esta alteração legal, a ser validada neste referendo, passa a ser um legalíssimo e gratuitíssimo método contraceptivo! Ou não é de aborto livre, gratuíto e indiscriminado que estamos a falar?

Considero indigna toda a campanha que ambas as posições têm realizado! Sobretudo porque o fundamental da questão tenta-se escamutear: as condições indignas em que se praticam os abortos! Então e criminalizar as pessoas que têm "chafarricas" por esse País fora e que são verdadeiros carniceiros? Porque não se verifica a aplicação penal a esta gente? Porque não se elimina de uma vez por todas este cancro social? É que quem é a favor da IVG, ou seja, de eliminar uma Vida de forma indiscriminada, deveria ser a favor também da aplicação da pena capital a quem não interessar à Sociedade! Ou vão dizer-me também que há diferenças?

Amanhã, vou votar NÃO!!! E vou porque amo a Vida e sou responsável por contribuir à minha escala para a dignidade social e para que outros possam viver melhor. Preocupa-me colaborar socialmente para que a Vida dos mais desfavorecidos sejam melhorada e dignificada.

(Afinal a política não é isso? Uma forma de contribuir para o bem estar da comunidade e suas condições de Vida?)

E este esforço colectivo tem que começar logo pelos mais inocentes! Não podemos, nem temos o direito de, impedir que VIVAM num mundo cada vez mais egoista (sim! é egoísta!) ao votar num lei exterminadora (sim! é exterminadora que se diz!)!

Sou Pai! E como Pai, não admito que nos me matem esse incrível e maravilhoso direito!

Repetindo-me, a minha Filha nasceu de um Grande Amor. Um Amor daqueles que não se entendem pela totalidade e que acabam por não se viver na sua plenitude. Daqueles que sonhamos viver mas não temos espaço para dominar. A minha Filha é a humanização desse Grande Amor! Desse enorme feito, a VIDA!

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Comments:
Infelizmente, os nossos votos, somados aos dos que pensam como nós, foram menos que os que pensam de maneira diferente! E embora os que não queiram saber tenham sido quase tantos como os que querem a alteração da lei, esta vai ser mesmo mudada.

Nao escrevi nada sobre o aborto por variadíssimas razões. Uma delas é por achar que não há texto que consiga exprimir tudo aquilo qeu penso. No entanto, vejo este texto como algo muito perto disso.

Falta saber se haverá arrependimento da nação (e quando?) e como serão resolvidas a infinidade de questões à volta deste novo método contraceptivo para distraídos e/ou irresponsáveis e facilitistas.

Uma última nota para os 50% da parte geradora deste problema e referendo e que foi totalmente ignorado: o papel do pai!!!
 
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