30 maio 2006
A Nossa Selecção...
'Selecção' - sinónimo de escolha.
20 maio 2006
Arquipélago no Congresso
19 maio 2006
Curtas de fundo...
O Edifício Transparente, na frente marítima do Parque da Cidade do Porto, deverá abrir as portas em Novembro. Depois de muitos adiamentos, a obra de adaptação do imóvel - desenhado pelo arquitecto catalão Solá Morales e construído no âmbito do programa de requalificação urbana da Porto 2001 - avançará no final deste mês. Esta nova data é anunciada pelo concessionário do edifício, Hottrade, que investirá 15 milhões na intervenção.
in Jornal de Notícias, 19 de Maio de 2006
Finalmente...
Nota final da 'Preto no Branco' (crónica toda aqui)
in Jornal de Notícias, 19 de Maio de 2006
Achei delicioso o 'mix' de ideias...
Candidato derrotado a Lisboa insiste em falar de campanha manipulada
Manuel Maria Carrilho esteve quinta-feira na SIC Notícias para falar do polémico livro "Sob o Signo da Verdade". O candidato derrotado à Câmara Municipal de Lisboa insiste em justificar o resultado eleitoral com uma campanha mediática alegadamente manipulada.
in SIC, 18 e 19 de Maio de 2006
Já não há paciência... Será que o filho já cresceu tanto que já não precisa do pai em casa?
18 maio 2006
Norte de Portugal é a região mais pobre da velha UE
Além do Norte, onde a riqueza por habitante era de 12,47 mil euros, outras três regiões estavam abaixo dos 75% da média comunitária (UE a 25): Açores (61,1%), Centro (61,3%) e Alentejo (66,4%).
Lisboa, Algarve e Madeira são as três NUTS2 acima do referencial dos 75%. Enquanto o PIB por habitante em Lisboa (22,67 mil euros) situa-se 104% face à média europeia. A Madeira (19,66 mil euros) e Algarve (17,1 mil euros) ostentam rendimentos médios de 90,4% e 78,7%, respectivamente, face à média europeia.
O PIB per capita em Portugal (estimado nos 15.841 euros/ano) era 72,9% da média UE há menos de três anos, comparando com regiões como Londres (Inner city), que ostentava 278% da média e Lubelskie (Polónia) com apenas 33% face ao referencial comunitário, o qual foi fixado nos 21.741 euros, em paridade do poder de compra.
Os dados do gabinete estatístico contemplam o Produto Interno Bruto (PIB) regional e por habitante, em termos da actividade económica e não do rendimento disponível das famílias, explica o Eurostat indicando que os valores do PIB per capita foram ajustados pelo método da paridade dos poderes de compra (PPP), o qual elimina discrepâncias nos preços.
http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_digital/news.asp?id_news=67273
Regiões mais pobres de Espanha mais ricas que Portugal
As regiões mais pobres da Espanha ultrapassaram em 2003 o nível de riqueza médio de Portugal, segundo os últimos dados estatísticos das regiões europeias publicados hoje pelo Eurostat, em Bruxelas.
Galiza, Andaluzia e Castela-La Mancha são três das quatro mais pobres regiões espanholas que em 2003 tiveram um Produto Interno Bruto (PIB) medido em Paridades de Poder de Compra (PPC) superior ao de Portugal.
O organismo responsável pelas estatísticas europeias confirma que o PIB português se está a afastar da média europeia, uma tendência explicada pelo fraco crescimento nacional em relação à média dos 25 em 2003.
Portugal estava em 2002 em 76,7 por cento da riqueza média da União Europeia e em 2003 em 72,9 por cento.
Hoje foram divulgados os últimos valores para as regiões portuguesas e também dos restantes Estados-membros conhecidos por NUTS-2, segundo a nomenclatura europeia.
O Norte de Portugal está em 57,4 por cento (61,5 em 2002) do PIB comunitário; Algarve em 78,7 (81,1); Centro a 61,3 (63,0); Lisboa 104,3 (111,8); Alentejo 66,4 (66,5); Açores 61,1 (63,1) e Madeira 90,4 (89,6).
Das quatro regiões espanholas mais pobres, apenas a da Extremadura continua mais afastada do que Portugal, como um todo, da média europeia: 61,6 por cento em 2002 e 63,8 em 2003.
As restantes três regiões menos desenvolvidas espanholas ultrapassaram o nível médio de riqueza português: a Galiza passou de 74,7 por cento da média europeia em 2002 para 76,6 em 2003, a Andaluzia de 71,1 para 74,1 e Castela-La Mancha de 76,0 para 76,1.
Os dados do Eurostat também confirmam que a Eslovénia, um dos 10 países que aderiu à União Europeia em 2004, ultrapassou o nível de riqueza por habitante de Portugal (75,3 em 2002 passou para 76,0 em 2003).
[Segundo dados do Eurostat publicados hoje]
NOTA Pessoal: Só quem não vai a Espanha há alguns anos não percebe isto...
17 maio 2006
Manifesto da culpa dos outros
«Regionalizar e Descentralizar Portugal»
«Há quem se preocupe muito com lugares na hierarquia do Partido, talvez em busca de melhores posicionamentos para outros lugares, noutros momentos. Não ignorarei a questão, mas essa não é a minha prioridade», afirma o líder do PSD/Algarve. Assim, prefere discutir uma questão que «sempre» defendeu e que considera ter «grande actualidade».
Mendes Bota defende a implementação da regionalização em Portugal e a realização de um novo referendo já em 2007.
«A região Norte está em acentuado declínio económico e social, e a região Centro anda lá perto. O Alentejo e os Açores marcam passo e o Algarve é uma ilusão provocada pelo efeito estatístico resultante do alargamento da União Europeia», afirma o social-democrata, que considera que «as assimetrias regionais e intra-regionais se acentuaram» depois do referendo de 1998.
Mendes Bota considera que «está na hora de uma segunda oportunidade referendária», até porque «em 1998, provavelmente, não se falou de forma suficiente dos crescimentos quantificáveis de Portugal, dos índices de desenvolvimento sócio-económico. Optou-se por uma forma redutora de abordar» a regionalização.
Para o social-democrata, «existem condições novas, designadamente, por parte daquele que foi um dos grandes responsáveis pelo travão colocado então ao processo de Regionalização» - Cavaco Silva ¿ que, durante a recente campanha eleitoral, acabou por revelar publicamente uma maior abertura face ao processo de regionalização.
O líder do PSD/Algarve relembra que a regionalização «é a última grande reforma estrutural inscrita no texto constitucional de 1976 ainda por concretizar» e também faz parte do programa do PSD.
«O que o PSD não pode fazer, é colocar-se de fora deste debate». A questão «está em cima da mesa, goste-se ou não. Em primeiro lugar, porque os outros partidos e a sociedade o farão. E em segundo lugar porque, dentro do PSD, há cada vez mais pessoas interessadas em participar numa discussão de inegável interesse para a solução da crise nacional», diz o autor da moção.
Mendes Bota explica que «dependendo da forma como decorrer o Congresso, será avaliada a oportunidade de levar o documento a votos». Mas o deputado garante que vai «desafiar todos os delegados pelo Algarve, e todos aqueles que acreditam nas virtualidades do modelo regionalista, a subir ao palco, e exprimir as suas opiniões e a defender com convicção esta proposta temática».
http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=683947&div_id=291
12 maio 2006
As câmaras municipais podem ser eficientes?
1. Elefantes bancos ou estruturas fundamentais?
Quando pensa num qualquer município, no seu por exemplo, que imagem retém? Estrutura eficiente, competitiva, que assenta a sua actividade em finanças sólidas, empregados com bom nível de formação e que prestam um serviço de excelência? Ou por seu lado imagina uma má utilização dos dinheiros públicos, estradas em mau estado e notícias que apontam para favorecimento de interesses ligados ao imobiliário?
Independentemente do balanço que cada um de nós faça da actuação das câmaras municipais, a verdade é que hoje os municípios portugueses, são um elemento necessário e fundamental de desenvolvimento. Com problemas. Muitos e enormes problemas.
Actualmente, existem, em Portugal, 308 municípios, dos quais 278 no continente e 30 nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. O País tem ainda 4.259 freguesias, das quais, 4.050 no território continental e 209 nos territórios insulares. São, no seu conjunto, um dos maiores empregadores do país. E, isoladamente, sempre um dos mais importantes a nível local. Para se ter uma ideia da folha de pagamentos das várias câmaras, considere-se por exemplo o caso do maior município do país: Lisboa. Todos os meses processa mais de 12.000 salários correspondentes a tantos empregados.
Não são necessários muitos dados para provar que as câmaras são uma realidade importante. Basta olharmos para a Lei para verificarmos as muitas (quase sem fim) atribuições e competências: desenvolvimento socio-económico, ordenamento do território, abastecimento público, saneamento básico, saúde, educação, cultura, ambiente e desporto. Ou seja, na prática, não há limites. São importantes, não há dúvida. Mas serão bem geridas? Será que utilizam da melhor forma os imensos volumes de dinheiro que recebem?
2. Financiamento e descentralização
Quando falamos de municípios é fundamental falar de financiamento. De receitas. Fundos que entram de um lado, para fazer face às despesas que não param de chegar do outro. E curiosamente das 308 câmaras municipais existentes no País, apenas 23 têm receitas próprios superiores à transferência do Fundo de Equilíbrio Financeiro. Ou dito de outro modo, todos os municípios estão fortemente dependentes do poder Central. E numa altura em que as despesas sobem sem parar, umas vezes por questões eleitorais e muitas por melhoria do serviço prestado aos munícipes, a alternativa passa pelo financiamento, pela contratação de empréstimos. Em suma, aumento do endividamento.
Dados recentes revelam que quase um quinto dos municípios portugueses tinha esgotado a sua capacidade de endividamento. E pior. Em nove câmaras municipais, o endividamento era já superior a 100%. Qualquer família portuguesa média, fica bem melhor no retrato do endividamento do que a maior parte das câmaras.
No final de Janeiro de 2006, eram 57 os municípios que tinham excedido a sua capacidade de contracção de dívida, número que em Junho de 2005 se cifrava nos 46 municípios. De salientar ainda que no segundo semestre do ano passado, a fasquia do endividamento negativo foi ultrapassada por outras 16 autarquias que agravaram a situação financeira, enquanto só cinco municípios recuperaram para um saldo de endividamento positivo, devido à liquidação ou amortização de empréstimos bancários.
A conclusão é simples: o actual enquadramento financeiro não tem sustentação. E um destes dias, a casa vem abaixo.
Ora esta falta de acerto entre receitas e despesas tem, como diria La Palisse, duas origens: as despesas e as receitas. Vamos às primeiras. É verdade que os encargos não têm parado de crescer por um lado porque são crescentes como já se viu, as competências das autarquias. Aliás a tendência actual vai exactamente no sentido de as aumentar ainda mais. O poder Central quer (e bem) transferir, descentralizar, passar para as câmaras parte das suas atribuições. Mas também são crescentes por má gestão. A corrupção certamente existirá, como existe em todas as entidades ou profissões. Mas também a pouca eficiência de algumas decisões. E claro temos de considerar a questão eleitoral, que acaba por ser em alguns casos um elemento com alguma ponderação na altura de alocar os fundos.
Do lado das receitas também existem alterações urgentes a fazer. Desde logo não faz sentido que as autarquias assumam responsabilidades sem que tenham verdadeira e total autonomia financeira. Responsabilidade implica independência, capacidade de gerar receitas.
O Governo percebeu a complexidade do problema e o Secretário de Estado Adjunto e da Administração Local, Eduardo Cabrita, está a liderar uma pequena revolução na forma de pensar o financiamento das autarquias. É uma parte do problema. Mas é uma fatia importante.
Confirme ontem noticiou este jornal, o endividamento líquido de cada câmara vai ficar dependente dos fundos municipais, dos impostos municipais e das participações no IRS. De facto a capacidade de endividamento deixar de respeitar uma regra cega, e assume-se uma regra inteligente: a capacidade de endividamento passa a estar dependente da capacidade de gerar receitas.
Restam agora as outras fatias. Fundamentais e a ter em conta: total transparência das contas das autarquias e dos actos de gestão. Mais: controlar bem à posteriori do que impedir através de complexos burocráticos a tomada de decisões. Estimular positivamente, nomeadamente através do reforço das dotações, as melhores práticas e a concorrência entre municípios.