12 dezembro 2005

Mais um passo na fusão do computador e da televisão

O casamento entre a televisão e o computador ficou esta semana mais próximo quando a Intel, um dos maiores fabricantes de chips do mundo, revelou os seus projectos para usar uma nova tecnologia que funde os dois aparelhos.

A Intel diz estar a trabalhar com mais de 40 empresas em todo o mundo, nas áreas do cinema, música, televisão, jogos e edição de fotografia para fornecer conteúdos a computadores usando uma tecnologia designada Viiv.

Com saída marcada para 2006, computadores equipados com Viiv estão projectados para controlar toda a experiência de entretenimento doméstico. Transformam a televisão num ecrã de computador com a capacidade para realizar qualquer tarefa de um computador, incluindo fazer pesquisas na internet. Operado por controlo remoto, o sistema será capaz de mostrar um filme na televisão ao mesmo tempo que faz o download de músicas para ouvir mais tarde. Ligar-se-á automaticamente como uma televisão e possuirá a capacidade-extra para gravar programas de tv. Um centro de entretenimento operado por um computador com uma plataforma Viiv será capaz de se ligar a outros aparelhos, como reprodutores de DVD, portáteis ou não.

O anúncio da Intel vai intensificar a competição entre as empresas de televisão por cabo, os fabricantes de jogos, de computadores, de software, os grandes gigantes da indústria de entretenimento e os motores de busca da net que procuram, todos eles, encontrar uma forma de dominar - ou pelo menos de assegurar um nicho - o mercado do entretenimento caseiro.

Várias companhias têm-se apressado a constituir alianças para reforçar a sua posição, no que Ted Schadler, analista de consumo de tecnologia na firma Forrester Research, não hesita em descrever como "uma batalha épica".

Algumas empresas apostam em que a conjugação da televisão e do computador acabe por monopolizar o entretenimento familiar. A empresa de gravação digital TiVo, reconhecimento o papel da internet no futuro do consumo de televisão, juntou-se há pouco ao motor de busca Yahoo para permitir aos clientes que programem os seus aparelhos através do seu sítio na web. O acordo abre aplicações maiores para a próprio TiVo, que planeia fornecer alguns conteúdos para televisão, nos Estados Unidos, até ao final deste ano.

Também há pouco, a Cisco, um dos principais fabricantes de equipamentos de rede informática, decidiu comprar a Scientific-Atlanta, fabricante de descodificadores, demonstrando a clara intenção de fornecer programação a televisões através da internet.

Também a Google tem ambições para aplicar a sua formidável capacidade de busca ao centro de entretenimento familiar. A CBS noticiou recentemente que estava em conversações com a Google sobre projectos para fornecer "video on demand".

Há outras companhias que pensam que o computador vai ser, no futuro, o centro de tudo. Desde 2002, computadores com a Media Center Edition do Windows XP têm incorporados sintonizadores de televisão e software de gravação de tv, além de estarem prontos a permitir aos utilizadores que ouçam música e vejam fotografias e vídeos numa televisão e sem que tenham de estar colados ao ecrã do computador. A Microsoft afirma ter vendido mais de quatro milhões de cópias da Media Center Edition.

Quanto à Apple, deu passos para transformar o seu último iMac num quase-televisor, mas sem lhe fornecer a capacidade para enviar conteúdos para um ecrã de televisão a sério. A nova versão contém uma aplicação chamada Front Row que, operada por controlo remoto, permitie visionar no ecrã vídeos e outros materiais.

Phil Leigh, que é analista na empresa de avaliação do mercado Digital Media, afirma acreditar que um dia será possível procurar online um filme e, com um clique, passá-lo na televisão. A próxima geração, afirma, não terá memória dos tempos em que as estações de televisão ou as operadoras de cabo controlavam os hábitos dos espectadores.

"Os nossos filhos vão olhar para nós e dizer: "Pai, quer dizer que tinhas que ver o que dava na televisão? Não podias ir ao Google e procurar o que querias ver"", afirma. "É exactamente neste sentido que temos de nos dirigir".

http://ultraleve.publico.pt/

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